Renê Simões: a boa notícia do Vasco
Hélio Ricardo Rainho | Hélio Ricardo Rainho | 05/12/2012 01h22
Enfim, uma boa notícia. Admito. A chegada de René Simões parece,
enfim, alinhavar uma trama de conserto para a desordem do combalido
Vasco. Tudo, é claro, na mais peculiar característica da gestão de
Roberto Dinamite: colocar o cadeado depois da porta arrombada.
Digo isso porque vejo essa "revolução conceitual" no modelo de gestão
do Vasco idêntica à que o deputado fez naquela Taça Guanabara de 2011:
esperou o fim do túnel para, enfim, encontrar uma luz. Perdemos o título
brasileiro e a vaga na Libertadores. Perdemos todos os bons jogadores
do elenco. Aí sim, ante o fracasso, o deputado-presidente admitiu que a
gestão do futbeol era bisonha, que Daniel Freitas não servia nem para
encaixotar chuteiras no departamento de futebol. A torcida vaiava e
xingava porque "estava louca", não é isso? Pois bem, admitindo que não
entende nada do riscado, o deputado resolveu esquecer um pouco a família
e os amigos de gabinete e decidiu empossar gente do mercado, entendido
do assunto, que não vive de bazófias nem de arrogâncias, que não está
interessado em carreira política dentro do clube.
Eu só queria entender uma coisa: o Vasco agora tem dinheiro? Renê
Simões vai trabalhar de graça? Ué, se não tinha dinheiro antes, de onde
veio a verba milagrosa que sustentará esse staff? A meu ver, ratearam a
verba do ex-treinador Marcelo Oliveira entre René e Ricardo. De um jeito
ou de outro, é uma bela espinha dorsal para comandar o futebol.
René Simões tem raízes vascaínas. Mais do que isso, tem tarimba em
promover jogadores das divisões de base, integrando as categorias de
juniores e profissionais. A meu ver, será a alma do trabalho de Mauro
Galvão - que, apesar de ídolo, eu não vejo tão assertivo na função que
assumiu. René tem personalidade forte e nome. Não deve fazer gênero, nem
engolir sapo, nem tolerar conchavo: precisará e exigirá comando e
atitude de todo o clube. Ao juntar-se a Ricardo Gomes, acredito que vai
chacoalhar o presidente vascaíno. Agora o Vasco vai ter de se encorajar
mesmo, assumir sua cara de Gigante, botar banca na Colina: Renê devre
recuperar a atitude e a moral que nos faltavam.
Enfim, como nem só de rabugice e cobrança vive este coração vascaíno,
espero que essa chegada de René Simões traga mesmo a bravura indômita
que o Vasco perdeu com a frouxidão de seu deputado-presidente.
A começar pela "faxina": vamos ver, pelas dispensas de elenco
sugeridas por Renê, o que vai sobrar das tralhas que ainda povoam os
vestiários de São Januário...
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